Participar de uma trilogia distópica sempre irá exigir muito de um ator. Porém, para Dylan O’Brien essa exigência foi particularmente muito alta. Aqui o ator fala sobre como encontrou forças para terminar ‘Maze Runner: A Cura Mortal’ depois de um terrível acidente nos sets de filmagem e porque ele está tão empolgado em relação ao final do filme.
Maze Runner: A Cura Mortal finalmente estreia neste mês. E por muito pouco isso não aconteceria. Nunca. Jamais.
Enquanto o 3° filme baseado na franquia distópica de James Dashner estava sendo filmado na província de British Columbia, em Março de 2016, Dylan O’Brien foi seriamente ferido quando ele acidentalmente caiu de um carro em movimento e em seguida foi atingido por outro. O ator, com 26 anos atualmente, sofreu uma concussão e ferimentos no rosto que exigiram uma reconstrução facial. Então, naturalmente surgiram vários questionamentos tanto se o filme seria terminado quanto se O’Brien seria capaz de trabalhar novamente.Felizmente a resposta para ambas perguntas é um ressonante, sim. O alto e bonito ator se recuperou o suficiente para fazer parte até de um outro filme de ação, American Assassin, e apareceu em alguns poucos episódios da última temporada de Teen Wolf, série que o transformou em um galã de Hollywood, antes do reencontro com o diretor Wes Ball e o restante da equipe (praticamente 1 ano depois daquele dia terrível) para terminar A Cura Mortal.
“Significou muito pra mim terminá-lo.”, O’Brien diz demonstrando estar sinceramente bem durante uma entrevista em LA. “É algo (filme) que sempre teve um grande significado para mim. Me recuperar daquele acidente e poder terminá-lo teve realmente um significado muito pessoal pra mim. Eu acho que fizemos uma coisa fantástica, essa franquia significa muito para todos nós, então nós queríamos terminá-la da melhor forma que nos fosse possível.“
Em Maze Runner (2014), o personagem de O’Brien, Thomas, liderou seus companheiros para que saíssem da Clareira, uma espécie de prisão ao ar livre para alguns jovens cujas memórias haviam sido apagadas. No segundo filme, A Prova de Fogo, Thomas e os outros sobreviventes tentam alcançar um distrito fortificado onde, com sorte, esperam poder recobrar suas lembranças e entender por que foram terrivelmente manipulados pela organização conhecida como CRUEL.
A Cura Mortal possui cenas eletrizantes de ação envolvendo ATV’S, trens e hell-ships, filmadas antes e depois do acidente. O ator admitiu que duvidou de si mesmo e até sofreu ataques de pânico após o fatídico dia e agradece imensamente, entre muitos outros, a namorada Britt Robertson (os atores se conheceram enquanto filmavam a comédia romântica A Primeira Vez em 2012) por dar o apoio emocional que o ajudou a superar o que estava passando.
Apesar de ser normalmente uma pessoa calma, O’Brien ainda demonstra nervosismo em relação ao acidente. “Eu não vou entrar em detalhes porque é algo que só interessa a mim”, ele diz educadamente porém firme, “aconteceu de uma forma pública, mas eu não acho que caiba a mim entrar em detalhes sobre isso. Foi algo que saiu errado e foi um acidente bastante assustador. Isso é tudo o que posso dizer. Eu não me sinto confortável em ir mais a fundo que isso.”
No entanto, O’Brien se sentiu confortável para fazer as próprias acrobacias e cenas arriscadas quando a produção retornou. Elas tiveram que ser cuidadosamente coreografadas e ensaiadas naqueles meses após a recuperação, claro, e proteger o rosto do ator era uma das preocupações primordiais. Porém, nada poderia tirar a emoção da trilogia, ele relata. “Nós queríamos fazer desse o melhor dos 3 filmes e eu acredito que fizemos um excelente filme.”, O’Brien diz.
“Eu estou ansioso pela estreia. Wes é um dos diretores mais talentosos atualmente e eu sempre fico contente quando vejo o que ele consegue fazer com o material que o entregamos. Toda a equipe, incluindo os atores também, é ótima, sempre. E nós temos Walton Goggins neste! Ele é um ator fantástico e um cara muito legal.” “Então, sim, é um excitante, bom, emocionante e intenso último capítulo.”Espera, ele disse capítulo? Considerando que franquias como Harry Potter e Jogos Vorazes dividiram os últimos livros em 2 filmes ou mais (do livro O Hobbit foram feitos 3 filmes!), isso não soa muito como o padrão de operação de Hollywood. Mas O’Brien afirma que A Cura Mortal é o final para Maze Runner, e embora ele tenha certamente bons motivos pessoais para querer o fim da franquia, ele também parece orgulhoso por eles não fazerem os fãs devotados esperarem e gastarem mais dinheiro em ingressos para poderem ver a história concluída. “O terceiro livro é a conclusão e nós sempre tivemos o plano de fazer apenas 3 filmes”. O’Brien confirma (Dashner escreveu 2 livros prequels depois da triologia). “Então essa é a última parte”. Bom pra eles!
Mas como fica Dylan O’Brien nisto? Apesar de sua série e também da franquia terem chegado ao fim, o ator demonstra um certo alívio por seus compromissos de trabalho regulares, pelo menos até o momento, serem coisas do passado. Ele também indicou que será um pouco mais criterioso na escolha de seus próximo trabalhos. E que poderia também usar mais risadas. Na verdade, se você quer saber o que ele gostaria de estar fazendo no momento, volte para as suas raízes na comédia.
Volte ao tempo em que O’Brien era um estudante do ensino médio no subúrbio de LA, Hermosa Beach , cujo pai era seu câmera man, e que começou a fazer vídeos engraçados onde fazia lip-synching, pulava, respondia inadequadamente às rejeições de garotas e fazia piadas de si mesmo. Estes vídeos sobre diversos assuntos, cheios de energia e de certa forma adoráveis, o levaram a ter seus primeiros fãs e seguidores (as pessoas ainda continuam upando novamente seus “melhores videos” no Youtube) e eventualmente o levaram a sua carreira profissional em atuação. O’Brien fala daquela época com a mesma afeição que fala das suas conquistas desde então, e mesmo que não queira desistir da sua carreira atual, ele claramente gostaria de trabalhos que seguissem a linha das suas primeiras criações.
“Eu comecei a fazer meus curtas quando estava no ensino médio”, diz O’Brien, que esperava na época entrar para escola de teatro, e aquilo eventualmente me levou a isto, o que é muito legal. Mas eu não faço vídeos há um tempo, literalmente desde que comecei a trabalhar. Obviamente, eu planejo voltar a fazer algo parecido com aquilo. Eu adoraria dirigir algo algum dia, eu sempre quis fazer meus próprios projetos e tal. Então, talvez o precursor pra isso tudo seja um outro curta.Ninguém conquistou tanto o direito de apreciar a vida como Dylan O’Brien, certo? Por aqui estamos apenas torcendo para que ele carregue uma câmera enquanto o faz.
Tradução e adaptação: O’Brien Brasil